AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

250 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO corriam os gastos, e era lucro líquido para a Fazenda Real a soma que por avença pagavam. O sistema funcionou bem por algum tempo, até que se tornou evidente não poderem os donatários, exclusivamente com seus recur– sos, manter-se na colónia, contra os inimigos de fora e domésticos. E, perigando o domínio, em perigo estava uma- fonte de receita, que tinha sido a vantagem positiva da posse no seu período inicial. · Não temos dados que mostrem seguidamente a quanto montava esta renda; mas das informações disper– sas colhe-se o suficiente para uma ideia geraL Assim sabemos que o primeiro contratador, Fernão de Noronha, pagava anualmente quatro mil cruzados pela conces-– são (1). No tempo dos Filipes esteve o monopólio arrendado por 2 r contos de réis, no decénio, que prin– cipiou em r 602 (2). Passados duzentos anos, ainda o pau-brasil constituía verba considerável das receitas do erário, avaliada em 1 20 contos no orçamento . para I 803 (3). Tanto basta para se reconhecer que o produto, em longo espaço ·de anos, não perdera seus méritos para a coroa. N a- vigência das capitanias autónomas a Fazenda Real tirava· da colónia, além do que rendia o pau-brasil , o dízimo de todos os demais produtos, tocante à Ordem de Cristo, de que, pela união dos mestrados , a coroa tinha a administração, o imposto do pescado, e outras pequenas verbas, sob a designação geral de m iu!1t as , deduzindo-se (1) Relatório do veneziano Ca Masser, extracto em H ist. da colo– nização do Brasil, 2. 0 , p. 278. (2) Falcão, Livro de toda a Fazenda, p. 29. (3) Mapa da Despesa e Receita do Real Erá;o. Ms., Bibl. Nac.> cód. 235.

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