AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

O IMPI:RIO DO AÇúCAR 249 1idade nativa e melhor preparo. Os preços são quase dobrados dos que a.kança o açúcar do Brasil, certamente muito inferior: 2$600 réis por arroba em 1578, 3$000 réis em 1.582, o género da· Madeira; 1$400 e 1$850, respectivamente aquele. Ao passo que o de S. Tomé valia somente 630 e 950 réis (1). Mas no século XVII a primazia foi arrebatada· ao produto da Madeira pelo do Brasil, provendo-se dele quase toda a Europa, diz Seve– rim de Faria (2). Entretanto a competência tornava-se mais viva· pela aparição de novos centros produtores nas Antilhas e continente da América, fora dos domínios portugueses, e a lavoura da cana em grande escala desa– parecia dos Açores e S. Tomé, e perdia na: Madeira. a importância antiga. O cepu·o da indústria pertencia agora ao Brasil. · V O estabelecimento do governo central, confiado a Tomé de Sousa: em 1549, significava o abandono da política das doações, que deixava aos beneficiários o en– cargo do povoamento, e reservava as imediatas vantagens à coroa. Vê-se que a primeira· ideia do soberano fora aproveitar os lucros do pau-brasil , constituída a extrac_ção em monopólio do Estado, como na fndia o da especiaria. Arrendado a contrata-dores o privilégio, por conta deles (1) Cf. a correspondência de uma casa de comércio holandesa, publicada por J. N anninga Uitterdijk, com o título: Een ~ampr:r handelshuis te Lissabon 1572-1594- (Kampen, 1904) . (2) N otícias de Portugal, ed. de 1791 , t . r. 0 , p. 22.

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