AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

248 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO menos o dobro. Em Pernambuco haveria dois mil, sendo então já poucos os índios da terra, segundo o mesmo in– formador (1). O consumo local e a exportação para as outras capitanias iam estancando o manancial, a princípio opulento. Passados cinquenta anos, e até I 6 3o, andava por quatro mil o número dos negros introduzidos cé!da a-i-10 na região de Pernambuco, e, no tempo do domínio holandês, julgava-se indispensável a entrada anual de pelo menos dois mil, nas quatro capitanias ocupadas (2). Em 1628 contavam-se em todo o Brasil 2 3 5 enge– nhos; antes mais que men.as, dizem as notas de Frei' Luís de Sousa para os A nais de D. !oão III (3). Por esse tempo os focos principais da indústria- tinham-se deslocado para o Novo Mundo. Em 1 550 havia quarenta engenhos na ilha de S. Domingos, e trinta mil negros ocupados na lavoura e preparação do açúcar. O México principiara• em I 5 5 3 a mandar o produto para Espanha, e trinta anos depois considerava-se ali este negócio o mais lucra– tivo, a que podiam entregar-se os habitantes (4). Em todo o caso, os açúcares de Portugal eram os que supriam as refinações de Inglaterra, Flandres e Alemanha no século XVI . Em 1 580 já a produção da Sicília, não podendo resistir à competência ultramarina, vai entrando em declínio, até que se extingue. Aos açúcares da Ma– deira cabe em todos os mercados a supremacia, pela qua- (1) T ratados da temt e gente do Brasil, edição do Rio de Janeiro, 19 2 5, P· 334· (2) Carta da câmara de Olinda, 5 de Dezembro de 1637. Varnhagen, Hist. das lutas com os holandeses no Brasil ( ed. de Viena de Áustria), p. 316. (3 ) Pág. 453· ('1') Acosta, H istória natural y moral de las l ndias. Lippmann, 25 0.

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