AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

• 26 1:POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO Pela tabela das portagens, direito sobre os géneros trazidos à povoação por gente de fora, sabemos em que consistia nos pequenos centros urbanos o comércio local. Além dos mantimentos, sal, azeite, pão, vinh0, animais vivos, peixe salgado ou fresco; dos produtos utilizáveis nas pequenas indústrias, tais a cera, o pez, o sumagre; vemos entrar no povoado as peles de animais domésticos e silvestres, para· os curtidores, ofício que parece haver por toda a parte; os vários tecidos em uso, buréis de rude fabric_o nacional, linhos, e os panos estrangeiros, designados por panos de cor. Estradas transitáveis e veículos de transporte não havia. Levavam-se as cargas. a dorso de cavalo, ou muar, ou jumento, quando não às: costas de homens, e a cada um dos modos de condução corresponde seu imposto, adequado ao volume. Objecto• de grande tráfico eram as peles de coelho, que traziam os: co:elheiros, muitos deles mouros, sujeitos estes a maior imposto. Assim, no foral de P,~namacor, tocava-l~es pagarem I maravedi por carga, e aos cristãos 5 soldos, menos da quarta parte (1). De todas as portagens dois: terços pertenciam à coroa ou ao senhor da terra, e o terço restante à pessoa em casa de quem se alojava o forasteiro! pela responsabilidade do pagamento, que assumia dando a hospedagem. Fácil é de conceber a importância que teria neste estado social a indústria dos almocreves. Eles eram os. que, nos intervalos das feiras, principalmente abasteciam as povoações, e constituíam a ligação permane~te de ~m centro urbano com outros. E não só pelo que diz respeito ao suprimento de mercadorias. Andando de terra em •

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