AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
O IMPfRIO DO AÇúCAR 247 seu turno Mem de Sá, passados alguns anos: «Deve-se V. A. (D. Sebastião) lembrar que povoa esta terra de degredados e malfeitores, que os mais deles merecem a morte , e não têm outro ofício senão urdir males» (1). Era a regra, 1á e nos demais distritos da colónia. O só remédio seria adoptar o sistema experimentado já nas . ilhas, onde a cultura prosperava, Madeira· e S. Tomé: introduzir negros .de África. Duarte Coelho, desde 1 5 39, requeria licença para resgatar alguns, de sua conta, na Guiné (2) . Pedro de Góis, em 1 545, en– comendava sessenta ao sócio que ficara no reino, a fim de com eles fazer progredir as lavouras e o engenho (8). A necessidade far-se-ia presumlvelmente sentir em toda a extensão .da· coló~ia, ainda mesmo onde os índios não faltavam, como em Pernambuco. Não pensaria o donatário Duarte Coelho em resgate de negros, se os índios lhe dessem satisfação. Estes vie– ram a ser fonte de riqueza na capitania•, mas de outro modo aproveitados que no serviço dos engenhos.. Como havia muitos vendiam-se para fora, a preço barato, e concorriam os compradores. De sorte que, diz Gandavo, neles co.psistia a principal fazenda da terra (4). _Mas já no tempo em que escrevia este autor, cerca de 1 570, era grande a quantidade de escravos africanos em toda a pàrte no Brasil. Na Bahía calculava-se serem dois mil; e em 1 583, quando o padre Fernão Cardim chegou, pelo (1) 31 de Março de 1560. A nt1:is da Bib. N ac_. do Rio de Janeiro, t. 27.º, P· 229. . (2) Carta a D. João III, 27 de Abnl de 1543. Em H ist. da coloni- zação, t. 3.º, P· 3 1 3· (3) Carta de 18 de Agosto de r545. H ist. da colonização, t . 3.~- p. 262. (< 1 ) T ratado da terra do Brasil, Cap. 2 . 0 .
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