AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

.,, .. O IMPI:RIO DO AÇúCAR 245 Nesta época tinham-se modificado consideràvel– mente as condições políticas e as da indústria na terra. ·O Estado acabara por verificar que os esforços descoor– <lenados dos donatários, e os recursos de cada um, não -bastavam para manter o domínio do solo contra os natu– rais, em_ perpétua revolta, nem contra as agressões dos ,estrangeiros. Em r 549 foi estabelecido o governo central na Bahía; restringiram-se as atrib4ições dos donatários; e cer- 1:as capitanias passaram, por concerto com os herdeiros dos concessionários, à posse da coroa. A providência deu <oesibilidade aos elementos de colonizacão dispersos, e ' , permitiu fazer frente, com resultado definitivo , aos inimi- gos locais e externos. A história do Brasil Estado começa ,realmente com Tomé de Sousa. Pelo lado~ económico tinha-se dado transformação -igualmente notável. Se o emprego dos indígenas, como -instrumento de produção, tinha sido um dos atractivos, e porventura o principal, da conquista, logo de começo · .i experi,ência mostrou não corresponder o efeito às ten– ·çÕes formadas. O índio sujeitava-se mal ao trabalho obri– gatório, sucumbia ao esforço contÍnuo, evadia.:se com frequência para os matos nativos, rebelava-se muitas ve– .zes. Um apóstolo, qual foi Anchieta, preconiza, para ,catequizar o gentio, - «espada e vara de ferro, que é a -J melhor pregação» (1). Catequese, na i1eia dos conquis– ·tadores e dos primeiros missionários, era ·a arte de reduzir ,os selvagens ao trabalho em proveito da civilização, isto .é dos civilizadores. Se tal disposição de ânimo era a do (1) Carta ao Geral Laynez. De S. Vicente, 16 de Abril de 1563. Reu. do Inst. H ist. Brasileiro, t. 2.º, p. 246.

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