AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

244 ÉPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO por morte deste ao Duque de Aveiro, que logo mandow levantar um engenho à sua custa, e deu instruções para: se ir cuidando de outros , o que se não efectuou porque. assaltos do gentio e doenças dos. gados *afugentaram os. moradores. Na Bahía, Francisco Pereira Coutinho, come-– çara já dois engenhos, quando teve de abandonar a povoa– ção, forçado pelos selvagens. Mais tarde Mem de Sá ,. governador geral do Estado, funda o grande engenho de: Sergipe, que, legado aos jesuÍtas, veio a ser o mais iro-– portante do Brasil; e, no Rio de Janeiro, aonde foi para expulsar os Franceses, restabelecida a paz, executa a: ordem régia, que lhe manda fazer um engenho, para. utilidade dos moradores. Como pois se há de dizer, o que. alguns pretendem, dever-se aos judeus conversos a intro-– dução do açúcar no Brasil? (1) A realidade é que o facto,. de tamanho alcance económico, se deve aos donatários, e às instigações do governo de Lisboa. No tempo de D. Sebastião, quando Gandavo compôs: o Tratado da terra do Brasil, antes de r 5 70, já o número, dos engenhos, entre Itamaracá e S. Vicente, subia a. sessenta, de que o ~scritor avalia a produção em r 80 mil arrobas anuais. Nenhum ainda no Rio de Janeiro, mas: vinte e três em Pernambuco e dezoito na Bahía. Em r 583 e 84, o jesuÍta Fernão Cardim, percor-– rendo em visita, com um superior da Ordem, as diferentes . capitanias, encontrou cento e quinze e~1genhos, dos quais.. sessenta e seis em Pernambuco e trinta e seis ·na Bahía. Os primeiros davam de produto duzentas mil arrobas, o, que nos permite computar em cerca de trezentas e cin– quenta mil a totalidade. (1) Cf. Sombart, Die Ju1den und das Wirtschaftsleben, p. 34-

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