AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
O IMPÉRIO DO AÇúCAR 241. da· terra embarcadas para fora d; reino, e de todas as que trouxessem ou levassem mercadores estrangeiros, qualquer que fosse a proveniência ou destino. Tantas vantagens, acrescidas da esperança de se depararem algures a-s jazidas de oiro e prata, que desde Colombo era o incentivo aos descobrimentos, fizeram requestada a graça das doações, e o rei teria somente o embaraço das preferências. Mas essas mesmas vantagens pressupõem povoação, lavouras, comércio, trabalho orga– nizado e capital acumulado, o que tinha de ser tudo obra do tempo longo e do imediato dinheiro. O exemplo das ilhas do Atlântico, Madeira e Açores, prósperas em si e rendosas para o soberano, estimulava ao empreendimento na América. Não se reparou senão mais tarde quanto diferiam as ,circunstâncias. ' Território incomparàvelment~ maior, e incomparável a distância da -----– Europa, centro económico; clima e solo mui diferentes, r de que tinham de se estudar as modalidades. Em lugar das ilhas desabitadas um continente cheio de tribos sel– vagens, belicosas e hostis. Incitando a estas, e em aliança , com elas, competidores esftangeiros tentavam expulsar os Portugueses, ou quando menos participar na posse do território. A acção descoordenada dos donadrios, cada· um em seu distrito; e reduzida a seus recursos individuais, nem sempre abundantes, era incapaz de _vencer tamanhos óbices. · O primeiro a desgostar-se foi o fundador da capitania inicial, Martim Afonso de Sousa. Regressando à Europa após a ~periência, nem a carta de doação, passada em sua presença, teve a virtude de o conduzir nÕvamente ao Brasil. Com pouca demora partiu para a índia, na esperança de refazer a fazenda desmantelada· na aventura . :r6
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