AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
O IMP.ÉRIO DO AÇúCAR 239 e as ferramenta·s (1). Ir dício de haver já alguns colonos e porventura cana plantada. Do seguimento deste pro– pósito não há notÍcia. Foi no reinado de D. João III que o desengano d·a fndia inculcou aos governante.'" a van– tagem de se encaminharem outra vez as enerP'Ías para • t:> a terra. O.s estabelecimentos anteriores, aqui e além no lito– ral, de duração efémera quase sempre, não passavam de feitorias, destinadas a adquirir dos indígenas os dois géneros do tráfico: escravos e pau brasil. E seriam à custa dos rendeiros do monopólio, se não todos, a maior parte dos gastos, como é explicável. O que parece seguro ét-U não querer a- coroa empenhar cabedal próprio na aventura. lt Esse foi o princípio seguido com as donatarias. Aos con– cessionários competiam os gastos, para acudir aos quais eles lançavam mão de todos os recursos acessíveis: di-· nheiro de economias, \propriedades e tenças vendidas, empréstimos, participação de amigos. Se alguns elemen- , . ,.., . . . ,.., tos necessanos para a ocuRaçao m1111strava o rei, nao era isso .gratuitamente. Vasco Fernandes Coutinho, donatário do Espírito Santo, obteve um navio do Estado, para o transporte, e os víveres e munições, retrocedendo à coroa uma tença pelo preço de 2 5 5 mil reais (2). Para os demais gastos alienou uma quinta em Alenquer, que a Fazenda Real lhe comprou. Tanto basta para mostrar que a coroa, dando as terras e privilégios , se desinteressava do resto, e dêixava aos donatários os encargos todos da colo– nização. Para interesse do cabedal aplicado, e para o amortizar, · (1) Ibid. (2) Doe. na H ist. da Colonização cit., t. 3.º, p. 264.
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