AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

238 bPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO • fosse ele pessoalmente ao negócio do pau brnsil com os indígenas; mas o nome geográfico, de Fernando de Noronha, pelo qual sua memória se conserva, veio cer– tamente de lhe ter sido doada a ilha, e se tornar por tal .conhecida:, perdendo assim o primitivo, de S. João. O primeiro conttato foi por três anos. No seguinte triénio, que principiou em 1 506, repetiu-se com o mesmo arrendatário, e assim provàvelmente no de 1 509 a 151 1. Neste ano expediu Noronha a nau Bretoa, que trouxe pau brasil, na quantidade de cinco mil tone– ladas, alguns escravos, e muitos papagaios e macacos. Interessados no barco e carregamento estavam os Italianos Marchione e Morelli, e o português Francisco Martins. Sucedeu a estes arrematantes Jorge Lopes Bixorda, arma– dor e capitão de navios, que em 151 3 possuía o con– trato (1). Nada disto justificaria o dizer-se que em Portugal se deu a princípio grande apreço à nova possessão. É signi– ficativo não ter D. Manuel aditado aos seus tÍtulos qual– -quer referência a esta jóia, engastada em sua coroa pelo achado do Cabral. Judiciosamente fez reparo nisso o --- historiador Varnhagen (2). Na ausência de riquezas, que correspondessem à primeira expectativa, pois dos metais preciosos, fundamento desta, sinais não apareciam, cui– dou-se de aproveitar a terra pa:ra a agricultura, o que era modesto consolo. Em 151 6 foi incumbida a Casa da 1ndia de procurar sujeito esperto no fabrico do açúcar, .que quisesse ir montar um engenho no Brasil, minis– trando-se-lhe ajuda, de custo, o cobre e ferro necessários, (1) Góis, Parte 1.", Cap. 56. 0 • (2) Hist . Geral do Brasil, 3." ed., 1. 0 , 145. •

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