AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
A MONARQUIA AGRARIA 25 o gato montês, a fuinha , a lontra. As peles, usadas no vestuário, e também expedidas para fora do reino, todas têm seu preço, não esquecidas as do coelho e gato domés– ticos. Mais apreciada de todas o couro do zevro, que valia 3 o soldos, melhor ou maior que o do boi, cotado somente em 2 7. Das peças grandes de caça, a pele era o mais• valioso; e assim, pelo zevro morto se pagavam 5 o soldos, e só pelo couro 3 o ; pelo cervo 3 o soldos , valendo 20 a pele; na mesma proporção o corço e o veado. Comprida é a relação dos salários agrícolas, a prin– cipiar no abegão , que vence 75 soldos por ano, e certa quantidade de trigo, além de 1 2 côvados de burel, para vestido, 6 varas de ,bragal e 2 pares de sapatos, que se hão-de consertar duas vezes; e acabando no moço e moça do gado, com ordenado de 30 soldos, e também roupa e calçado. Para a rapariga uma saia, não além de 3 o sol– dos, duas camisas e uma touca, de preço até I o sol- dos ( 1 ). Subsídios de muito valor para o conhecimento do viver das classes inferiores na Idade-Média são as cartas de foral, onde se codificam usos de outras partes, exis– tentes porém mvitas vezes, como é lícit~ supor, nos pró– prios lugares . .Especificando privilégios, tributos, penas , obrigações e isenções pessoais, elas nos ministram a ani– mada imagem do que seria naquelas sociedades bisonhas a vida local. Assim como a enumeração das penas nos instrui sobre os costumes reinaptes , e as obrigações e isenções quanto à organização política, assim a parte relati~a aos impostos nos elucida no tocante à vida econó- m1ea. (1) Dissert. Cronol., 3.º, parte 2."', p. 60 a 74· t
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