AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
O IMPI:RIO DO AÇúCAR 237 Os prospectas da nova descoberta só mediana atrac– ção tinham para o soberano e seus navegadores, que a:· opulência da fndia embriagava. As sondagens ao sertão~ nas expediç6es sucessivas , a riqueza que revela-raro for. a do pau empregado na tinturaria, de que logo a coro~, assumiu o monopólio. A busca de metais preciosos , cuja. existência se inferia dos que tinham achado na sua demar-· cação os espanhóis, resultaram infruríferas . Pouco a. pouco foi declinando o interesse, que a novidade do des– cobrimento acaso suscitaria, e as atenções permaneceram: fixas no Oriente, fonte de riquezas tangíveis. Gonçalo Coelho, mandado em I 503 a explorar as costas, perdeu por acidente do ma·r quatro embarcações, de seis que– conduzia, e tornou com as duas carregadas de mercado-– rias da terra. «Que - diz Góis - então não eram ou-· tras que pá.u vermelho, a que chamamos brasil, bugias; ~ papagaios» (1). João de Empoli, florentino, feitor de uma nau de comerciantes na armada de Albuquerque,. em I 503, conta na relação da viagem haver estado na-. terra descoberta por Cabral onde viu em quantidade– canafístula e pau brasil. - «E nada mais achámos de valam -, acrescenta desdenhoso; desdém nattiral em sujeito que navegava para a fndia. Dois anos passados do encontro da nova terra , for esta arrendada, na forma· usual, a Fernão de Loronha oli' Noronha, associado a outros capitalistas, judeus conver– sos, ao que se crê. Que este mesmo fosse cristão novo, não se averiguou ainda. O arrendatário tinha por obri– gação prossegujr no descobrimento, e levantar um forte para a defesa. É possível que em qualquer das viagens: (1) Crónica de D. Manuel, Parte 1.ª, Cap. 65.º.
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