AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
232 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO que demandava algum capital, e tanto maior quanto mais larga fosse a área da cultura. Não é de supor o tivessem à disposição, na maioridade, os pequenos con– versos. Outros colonizadores , de procedência cristã, ten– tavam entretanto a aventura. Um deles originário da Madeira, e neto de João Gonçalves Zarco, se é verdade 0 que alega: um sobrinho (1). Não seria de estranhar procurasse este naturalizar em S. Tomé a agricultura, que via tão próspera na sua terra. Em todo o caso, o que parece mais provável é haverem-se feito as primeiras plantações por conta do Estado, que juntamente possuía as terras, e dispunha de numerosa escravatura. Pelo me– nos as que chega·ram à fase da exploração contínua. Em r 5 2 9 estava já por essa forma estabelecida a indústria. As instruções então mandadas ao feitor João Lobato incumbiam-lhe erigir doze engenhos novos, tendo ele ·a seu cargo a a:dministração de outros , de criação anterior. Nesse mesmo ano passou o empreendi– mento da coroa a contratadores, por arrendamento. A produção andaria por cinco mil arrobas, ou pouco mais, entrando a de um engenho em Cabo Verde (2) . Daqui é lícito inferir que a cultura nesta época se en– contrava ainda no início, e que lavouras d€ açúcar per– tencentes a particulares não haveria. O que , por outro lado, anula a suposição de terem sido os judeus os que introduziram a indústria na ilha , e muito menos os de r 4 9 3 · (1 ) João de Melo da Câmara, em carta a D. João III: «A ilha da Madeira meu bisavô a povoou e meu tio a de S. Tomé». H ist. da colo- nização portuguesa do Brasil, 3.º, 90. . (2) Carta do feitor, r3 de Abril de r 529. Doe. da Torre do Tombo, Corpo cronol., Parte 1.", M. 42, n. 0 90.
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