AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
O IMPbRIO DO AÇúCAR 225 económica do século XVI. No período de 1 5 1 1 - 1 5 2 o a média do preço do açúcar eleva-se ao dobro do que tinha sido na década anterior, e daí por diante prossegue a escala: ascendente, só com transitórias flexões , até meado do século XVII. Em 1517 os turcos apossam-se do · Egipto, o que provoca a ruina gradual da indústria neste país e na Síria. Na Madeira a exportação havia tornado a ser livre. De 1 504 em diante a produção aumenta, chegando os quintos a render 60 mil arrobas e mais para a coroa, ainda no reinado de D. Manuel (1). II Nessa época o gasto do açúcar tinha-se generalizado, assim como o da pimenta, e ambos os géneros, de objectos de luxo, que tinham sido, passavam à classe de condi– mentos por assim dizer indispensáveis. Deitava-se açúcar na água e no vinho, e com ele se adubava até a ca:rne e o peixe. Um autor contemporâneo escrevia: «O açúcar tem procura extraordinária, e não se pode passar sem ele ,,nas comidas e bebidas» (2). E, anos mais tarde, outro, professor em Pisa: «Quase não há coisa de comer que deixe de levar açúcar. Nem o sal é tempero mais usado» (3). Como alimento e nas propriedades medici– nais atribuíam-se-lhe virtudes singulares, ma•is exaltadas (1) Barros? Déc. r.~, Liv. r. 0 , Cap. 5.º. A lguns anos, diz o histo– i::iador, sem designar quais. (2') Charles Etienne, L'Agriculture et la maison rustiqi1-e (1535) , cit. por Lippmann. . . . . . (3) Pancirollus, De rebus perd,t,s et mvent,s (1602), L1ppmann. t s •
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