AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

• 224 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO os interessados na, exportação para o estrangeiros, e por estas operações fàcilmente manipulavam o mercado local. Todos estes actos, que arruinavam os lavradores vedou em I 496 o regulamento passado mediante infor– mação da câmara do Funchal. A cláu,sula do mesmo, que retirava aos estrangeiros a faculdade de residirem na ilha, e só lhes consentia virem lá em épocas designadas, para seus negócios, esteve em vigor somente dois anos, porque sem dúvida se lhe reconheceu a inconveniência•ou inuti– lidade (1). As providências relativas à usura não tiveram na crise da indústria o efeito pretendido, e se lhe buscou por isso remédio no decreto de I 498, · atrás mencionado, que limitou a e~portação. Por ele ficou a quarta pa,rte reser– vada ao rei, isto é; 3 o mil arrobas por ano. Tinha a coroa,, além disso, parte na produção dos Açores, onde fora intro– duzida a cultura, estando arrendadas as ilhas por 500 arrobas ao ano, no período de 1 502-1 505. Por 20.200, no de 1 508-1 51 o, o que demonstra a expansão conside– rável da indústria no arquipélago (2). Desta forma o rei era o principal negociante interessado nos embarques . Em progresso constante, estabeleceu-se a indústria em S. Tomé e ap!toveitando as condições de um conti- ' , . . \ nente novo, finalmente no Brasil. Para isso concorreu certamente a mudança de posição do produto, nos. .tper– cados da Europa. Aumentava o consumo, ao par e passo que a abundª-ncia de metais preciosos começava a det\ r– mini:_lr a elevação dos preços que cara-c teriza a história (1) Carta Régia de 8 de Abril de 14~. Saudades da terra, p. 680. Gama Barros, 4.º, 379· (2) · Cartas de quitação em Arq. Hist. Port., 4.º, 354, e 10.º, 6.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0