AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
10 IM PÉRIO D(? AÇúCAR 223 a refinar-se· o açúcar: 1 o libras por qumtal em 1440; pouco mais de 6 libras trinta anos depois , declinando até ao preço médio de 1 libra e 6 ¾, dinheiros, no decénio de 1501 a 1510 (1). Os anos de 1506 e 1507 foram os da maior baixa, durante os quais o açúcar pro– veniente dos quintos e renda da alfândega, pertencente à coroa, foi vendido na Madeira a 350, 330 e 305 reais (2). Em 1472 , por ocasião de se iniciar a exportação directa para Flandres , subira repentinamente de 400 para 1 .ooo . rea"is (3). Em 1489 valia de 650 a 800 reais, segundo a qualidade ( 4 ). O preço primitivo, quando entrou a regularizar-se a indústria, tinha sido de 5 cru- zados. No lugar da produção os fenómenos económicos seguiam a costumada trilha: alta de preços, alargamento da cultura , superprodução, baixa , dívidas contraídas, ·crise comercial e da indústria. Para manterem suas lavouras, ç se manterem a si próprios, os ·produtores recorriam ao crédito: vendas antecipadas a preço inferior ao corrente; empréstimos a pagar em cana quando amadurecesse, a q·ual se dava em penhor; vendas simuladas de canaviais e outros bens, a contado, anuladas no próprio momento, por compra a prazo, e_por quantia maior, do objecto vendido, processo usual de iludir as leis contra a usura , na Idade-Média. Adiantavam as somas genoveses e judeus, os eternos agiotas , estabelecidos na ilha , que eram (1) Lippmann, 429. Equivalência dos preços: Esc. u 7$oo, 72$00, 15$6o por quilop1"ama. . . , (2) Quir.açoes _de Pero Rodngues, almoxanfe do açucar, e Salvador Gramacho, almoxanfe da alfândega. Arq. Hist. Port., 5.º, 237, e r. 0 , 362. (3) Capítulos das Cortes. Gama Barros, 4.º, 376. (''-) Saudades da terra, P· 671.
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