AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
222 :f POCAS DE PORTUGAL ECONóMlCO deu sairem da ilha mais de 1 2 o mil a:rrobas por ano, e determinou a quantidade a remeter para os diferentes portos. Tocavam na repartição 1 5 mil arrobas a Veneza; porção igual a Constantinopla, juntamente com a ilha de ·Quio. As praças , que de antes abasteciam o Ocidente da Europa, da banda ocidental eram agora abastecidas. E a:s transacções liquidavam-se em Lisboa, empório novo Je um comércio de que arrancara a primazia a Veneza, como em breve prazo havia de arrancar-lhe a da espe– Ciana:. Flandres era o principal mercado dos produtos por– tugueses. Não admira portanto que do açúcar lhe fosse destinado o maior lote: 4-0 mil arrobas. É provável que já nesse tempo houvesse em Antuérpia oficinas de refinar, de cuja existência: logo depois de 1 500 há certeza (1). A abundªncia tinha feito declinar, como era natural , o valor mercantil do produto. No meado do século XV custava um cântaro de açúcar na Sicília 50 ducados, ou sejam 3 ducados por arroba , 1 .080 reais de moeda por– tuguesa, sobre que recaíam as despesas do transporte marítimo. Em 1497 vendia-se em Roma, por conta da coroa, um carregamento da Madeira a preço correspan– dente a 502 rea-is , menos de metade (2). Preços relativos ao açúcar bruto, como vinha dos engenhos , e que neces– sàriam nte, após a refi nação, quando se praticava, valia mui to mais. Deste último temos como índice os p ré}bs de Inglaterra, onde, ao que parece, muito cedo começou \ (1) Lippmann, 263. (2) Carta de quitação de Simão Rangel, moço da câmara real. Arq. Hist. Port., 4.º, 476. Açúcar vendido em Roma, _2·909 arro~s, ~ r 1. 4 6o.490 reais, correspondendo a Esc. 24,$80 Por qmlograma, dinheiro de hoje.
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