AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

220 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO Daí se propagou por toda a ilha a planta, e com ela .a sua lavoura. Neste período inicial obtinha-se o mel espremendo a cana em moendas de mão, designadas por .alçapremas, sobre as quais o Infante cobrava um tributo. .Depois, para ocorrer à produção crescente, a que os enge– nhos manuais não davam vazão, estabeleceu um lagar, de tracção animal, até que, em I 452, deu privilégio a Diogo de T eive para um engenho de água, concessão .durável enquanto engenho e lagar bastassem para todo o produto dos canaviais (1). O fabrico era de grande ren– dimento para o senhor da ilha. Pelas prensas manua:is uma é meia arroba de açúcar cada mês, imposto fixo. Em I i46 I o infante D . Fernando, que era então o senho– rio, elevou a· prestação a um terço do género produzido. •Outro tanto pagavam os lavradores, que se utilizavam -do lagar do infante, e o proprietário do engenho de água privilegiado. Da cana não reduzida a açúcar tinham de dar a metade, por disposição no fnral , outorgado por Afonso V (2). Parece fora de dúvida que, pela introdução do enge-- Canas que o rico açúcar com doçura Darão, que sendo ambrosia preciosa. Será por ser do mundo a mais prezada De Júpiter e Juno desejada . ' Plantadas hão-de ser a vez primeira. Em o campo do Duque celebrado, ············ ······· ·· ········ ···· ········ ······ ·· ··· Na est, 116 o poeta celebra a produção: .. Verão render o néctar excelente Oit enta mil arrobas só ao quinto, et c. (1) Carta de 5 de D ezembro de 1452. Saudades da T erra. Notas. P· 665. (2) Saudades da Terra. Notas, p. 666. . .

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