AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
A MONARQUIA AGRARIA 23 rado, 1 5 libras, à rústica albarda para jumento, 5 soldos; às ferraduras, 1 6 dinheiros, e ao látego, 6 dinheiros. Igual solicitude merece a caça, não esquecendo as penas aos trangressores do defeso. Vedado matar coelho de Cinzas a Santa Maria de Agosto; multa de um maravedi por animal, e a pessoa e fazenda do culpado à disposição do Rei. As aves de altanaria são sagradas. Por tirar do ninho ovos de gavião, ou açor, ou falcão, multa de 1 o libras por· ovo, e apreens?o do corpo e bens. Apanhar açor ântes dos quinze dias precedentes ao S. João, custa 1 o maravedis por ave, e da mesma forma a liberdade e os bens. Armas, pelo módico dos preços, parecem ser as dos cavaleiros vilãos (1); as melhores, escudo e sela com filetes de oiro, guarnições de couro vermelho e escarlata nova, e capelo pintado, I 5 libras. E nin~uém seja ousado de forrar a sela e o escudo de pel~ de ca'l'neiro. Das ofen– sivas somente a lança e as suas hastes são incluídas.– Espadas e adagas, atributo de gente nobre, faltam na relação. · Quanto a mantimentos, aos produtos da terra não se determina prtço; mas entra no · rol o gado, e toda a • espécie de caça e criação. Já vimos que a um porco bem cevado equivalem quatro carneiros; um cabrito custa 2 soldos; uma galinha I soldo; dois ovos I dinheiro; a melhor perdiz 5 ,dinheiros; a lebre, tirada a pele, 6 dinheiros. Também têm -lugar na lista o calçado e as roupas: valem 4 soldos os melhores sapatos de couro vacaril, e os de carneira para mulher a metade; pelo (1) Indivíduos da classe popular, que possuindo certa porção de bens eram obrigados a ter armas e cavalo.
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