AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

• O PRIMEIRO CICLO DO OIRO 209 era o marfim, e esse o mais citado nas avaliações do tráfico. A plano sotoposto na cobiça dos exploradores, outrora em cata do Ofir da tradição, baixara o metal sumptuoso. Em carta ao governador de Moçambique o vice-rei D. Luís de Meneses, aludindo às produções do território, exprime-se desta forma: -Além do âmbar, ,tartaruga, escravos, madeira, há também oiro e outros metais, topásios, ametistas, rubis , balais e cristal» (1). - Nada mais significativo de se achar relegadó às coisas raras aquilo que, na origem, as imaginações reputavam copioso. Entretanto o atractivo do oiro era o que sobre tudo actuava nas ambições estranhas. Foi provàvelmente em razão dele que a companhia inglesa da f ndia pretendeu a·ssentar estabelecimento na costa, crê-se que em Lourenço Marques, cerca de I 72 o , o que não realizou por ter o governo português feito protestos em Londres (2). Um viajante, que nesta época visitou Moçambique, fal a no i:;omércio de oiro com as praças da fndia. Não se pode calcular a quantidade, tanto é o que a terra produz . As minas do Monomotapa podem competir em riqueza .. com as de Peru. Não há melhor prova que o cabedal agenciado pelos governadores . Ao cabo de três anos, que cada um exerce o posto, tornam a Goa com fortunas ver– dadeiramente régias (3). Informações colhidas da voz pública, que em matéria's semelhantes as mais vezes amplia a realidade. (1) Goa, 26 Janeiro 1719. (2) Carta régia ao vice-rei. 16 Abril 1721. (3 ) Extraordinárias aventuras de Jacob de Bucqoi em dezasseis anos de viagens pela l ndia. H arlem, 1744. Em neerlandês. Reprodu– zida a obra em Theal. Records cit., t . 6. 0 • 14

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