AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

O PRIMEIRO CICLO DO OIRO 207 da soma com que entrara, e incorria na obrigação o sucessor (1). V_istos em Lisboa os estatutos, certos artigos provo– caram objecções, e mais que todos um, pelo qual se res– tringia aos ,moradores da fndia, e terras do seu governo, a faculdade de se associarem à empresa. O intento de excluir os cidadãos da metrópole de um negócio que se cria vantajoso, não foi admitido ; exigiu-se a supressão do artigo; e o vice-rei teve ordem de dissolver a com– panhia, no caso de não convirem em retirar a exclusão os sócios da fndia. Ao mesmo tempo exigiram os que no reino preten– diam associar-se que o capital realizado na índia se reme– tesse para Lisboa, onde viria a ser a sede da companhia. Não era isto de · molde a satisfazer os interessados em Goa, e o desacordo tornou inviável o projecto. Repelidos os cabedais da metrópole, os que se pu.deram juntar na fndia montaram a 700 mil pardaus , quantia ih'suficiente para o meneio da empresa·. Nisto sobrevem a perda de Mombaça, centro . importante de negócios . Ao desgosto pelas imposições de Lisboa, e embaraços provenientes do minguado capital, junta-se actualmente o desânimo, e os a~cionistas instam pela dissolução, que o vice-rei sem muito hesitar lhes concede (2). Os negócios passam em virtude disso à Junta do comércio de Moçambique e Rios, que revivia com diferentes nomes nos intervalos das espécies várias de administração. No curto espaço que existiu a companhia , organismo de fraqueza ingénita, (1 ) «Cópia das condições da Companhia da fndia», etc., devolvida ao vice-rei com a carta de M arço 1697. (2) Alvará, 2 de Outubro de 16o9. Publicado por J, H. Cunha Rivara. Cronista de T issuary, t . 2. 0 , p. 179. •

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