AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
• 206 bPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO -se. E, o que ma-is importava à coroa , o rendimento das alfândegas decrescia. Em I 688 o governo da fndia participava em desª~imo ao de Lisboa ter chega.do em– barcação de Moça-mb1que sem nada trazer para a Fazenda Real, o que nos últimos dois anos igualmente acontecera. O escasso rendimento, pois , se consumja todo em África .– Em vista disso vingou o alvitre de se fechar outra vez o sertão, e entregar o tráfico a uma corporação de mer– ,cadores, impondo-lhe o encargo de expedir cada ano embarcações dos principais portos da fndia, a fim de :animar o comércio entre as duas costas (1). Repetiam-se _ :as franquezas da Companhia do Brasil, das quais era agora a mais notável _a isenção do fisco para os bens investidos na sociedade, com o que· procurava atrair o dinheiro judaico desconfiado. Enquanto se não organizava :a companhia ficava o trato na administração da coroa, -incumbido à Junta do ·comércio dos rios de Sofala, pro– vàvelmente a mesma, com diferente nome, que fora dissolvida. Não foi sem dificuldade que apareceram sócios e -cabedais para a empresa na fndia, e só em I 696 pôde •o vice-rei , conde de Vila Verde, anunciar a instalação da .sociedade mercantil, e as condições em que fora estabe– lecida. O âmbito das operações era largo, e compreendi~ :as viagens à China- e a Timor. O Estado participava C~f!l os barcos e fazendas, ainda existentes , da antiga Junta, tendo =~e entrar o vice-rei com 1 5 mil xerafins , metade \ .de seus ordenados, para assim atender com mais zelo aos in teresses da ins ti tuição. T erminado o período do gováno, o titular demissionário, podia , querendo, reembolsar-se (1) Carta Régia, 20 Março 1690.
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