AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

O PRIMEIRO CICLO DO OIRO - 205 e civil lhe facultava. Parece, também, que algumas vezes foi dada a capitania por mercê, como se davam as da5: pra-ças e das armadas; e ao findar o domínio castelhano encontrava-se na posse da condessa da Atalaia, que ai. vendeu em Goa por quarenta mil cruzados (1). De toda. a maneira, à Fa·zenda do Estado aproveitava unicamente. a renda que os capitães da fortaleza pagavam, e o liber– tar-se dos gastos da guarnição, a cargo deles . Quando empreendia tomar à sua conta o negócio, alvo de tantas. cobiças , o resultado era sempre infeliz. Foi o que aconteceu com a Junta criada em Goa , cuja incapacidade para promover os interesses esperados. em breve se demonstrou. Decorridos seis anos, acumu– lando-se as perdas , o governo central· manda extinguit a Junta e declarar o comércio livre (2). A providência molestava certamente a burocracia indiana, instalada na. Junta, e o governador interino, António Pais de Sande; não executou a ordem, requerendo com instância a- revo-– gação. Não foi de igual parecer o vice-rei Francisco de Távora, que, ao chegar no aho seguinte, pôs em vigor a-s disposições régias, decretando a abolição ordenada e a liberdade do tráfico ( 3 ). A experiência: dos anos seguintes não resultou em. favor do regime. Os canarins, sóbrios e astutos, tinham invadido os rios, reduzindo a condições precárias os n'ego– ciantes portugueses. O oiro, misturado de ligas, sem em~argo disso subia de valor. As fazendas depreciavam-- (1) Alvará, 7 M arço 1641. Gol. de leis da Dívida Pública Port.,, , .P· 208. . (2) Alv. 21 M arço 1680. (8 ) Alv. do vice-rei. II N ovembro 1681.

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