AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

O PRIMEIRO CICLO DO OIRO 203 agora a todos os vassalos , assim de África e da fndia, como do Brasil e da Europa. Os contratos de arrenda-– menta rendiam por ano 30 mil cruzados, sendo por conta - dos capitães a manutenção das fortalezas; e era· de esperar tirasse a Fazenda Real maior proveito do produto das. alfândegas (1). Não se executou logo esta disposição por se opor o governo da fndia , e pedir que o Conselho– Ultramarino reconsiderasse. Este, contudo; insistiu no parecer, confirmado pelo regente D. Pedro, sendo publi..: cada a ·resolução em Março de I 6 74 (2). Um ano antes, também em Março, terminara o contrato do capitão de Moçambique. Em breve, todavia , com a usual versatilidade, os governantes julgaram destituído de vantagem o comércio livre, e quiseram fazer nova experiência de administração, pelo Estado, inda que por diversa for~a. A esse efeito criava-se em Goa a Junta de comércio de Moçambique e rios de Cuama, com privilégios igua:i~ aos da Companhia do Brasil (3): jurisdição própria com seu juiz conservador; faculdade de levantar tropas e nomear oficiais de terra e mar; irpunidades pessoais dos administradores; inde~ pendência: nas decisões. Não seria estrânho à instituição df Junta um parecer do Conselho Ultramarino, em 1675, de onde se vê· quanto eram em toda a parte desastrosas as condições: económicas do país. A fndia perdida:, e toda a pimenta e canela, as grandes riquezas de outrora, em mãos dos holandeses. Angola dava somente escravos - «negócio, (1) Alvará , 13 Fevereiro 1672. (2) Alvará, 17 M arço 1674. ( 3 ) Provisão, 21 M arço 1675.

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