AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

O PRIMEIRO CICLO DO OIRO 201 metais que pudesse haver, sem dano das necessidades locais (1). Que a cláusula da remessa se pudesse executar seria maravilhoso. Logo em começo do trato, mais de um sécuJo antes, Albuquerque opinava que metade do oiro de Sofala se mandasse para a índia (2). Tinha ido a metade _e o total , aplicado aos gastos em Goa; algum -talvez, ínfima quantidade por rnrto, à compra da espe– ciaria. Da mesma· sorte, o dinheiro por que se arrendavam -as capitanias ficava lá. Agora, por todos os indícios, as t'Íquezas de Sofala recuperavam seu prestÍgio, e uma nova era despontava na história da conquista africana. Sonho que não tardou, como de antigas experiências, a dissipar-se. As minas de oiro não pagavam a explo– ração; as de prata não se ei1eontraram nunca. Nos últimos dia•s do governo castelhano, este opta por se abandonarem lavores e pesquisas, e regressar ao sistema antigo de obter os metais preciosos: comutá-los por fazendas baratas e contaria (3). VI O governo da Restauração não alterou a-s práticas do -antecedente, e a exploração pelo arrendamento continuou. (1) C. R., 24 de Fevereiro de 1635. Col. cit. (2) 25 de Outubro de 1514. Cartas, r.º, p. 301. ca) C. R. 15 Dezembro 1640. Col. cit. - «Das diligências feita9 até agora não constou que possa ser de alguma utilidade o beneficiar aquelas minas, pf lo mal que respondem, e se há outras mais ricas os cafres as escondem)). Das minas de prata - «até agora não houve remédio para alcançar notícia certa>).

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