AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

196 bPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO concessão do trato (1). Mais uma vez se muda então de sistema, e assume o monopólio a Fazenda Real. As capi_: tanias de Moçambique e Sofala, até a:Í de um só titular,, separam-se, e é vedado aos capitães intrometerem-se em assuntos de comércio. Suas atribuições restringem-se ao relativo à guerra (2). Esta se preparava·já, e a permanente espera~ça dos tesouros a extrair do sertão incitava a novos. cometimentos. V O plano de anexar o território tornava de _vez em quando à ideia dos governantes. Recomendavam-no da fndia sucessivos vice-reis, e todos os aventureiros da costa,. sequiosos de riqueza. A fama do solo aurífero, aliás justa– mente fundada, entontecia a todos. De Tete os merca-– dores davam notÍcia daquela serra de onde a Rainha de: Sabá levara os camelos carregados de oiro, quando foi a. Jerusalém, de visita a Salomão. Este conto e os dos peda– ços de· oiro nativo , à flor da terra, que valiam uns poucos. de mil cruzados, recolheu nos próprios lugares o cronista. Bocarra ( 3 )'. Mais tarde falou-se, igualmente por infor-: ma,ções dos cafres, bem ou mal entendidas , em outra. serra, essa de viva pra ta (4), de cuja existência não deviam ter dúvida os entusiastas. (1) Carta Régia ao vice-rei Conde de Redondo. 10 M arço 1618.. Col. cit. (2) Carta Régia, 28 Março 1618. Col. cit. (3) António Bocarro, Crónica, cap. 122.º. • ("1 ) Informação que fez o governador geral Diogo da Cunha ~le Castelbranco. 7 Fevereiro 1619. Ms. do Museu Britânico. Transcrito Por– Theal, 4.º, p. 147.

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