AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

O PRIMEIRO CICLO DO OIRO 195 por 40 mil pardaus, soma que se julgou em Lisboa insuficiente, pelo que, e por outras cláusulas desfavorá– veis, foi mandado reformar o contrato. Sucedeu porém ,que, logo no primeiro ano, o arrendatário alegou perdas, por diminuição do tráfico, afectado pela concorrência no tempo do comércio livre, e alcançou remissão de metade ,da quantia, ficando a pagar somente 2 o mil pardaus. O exemplo frutificou, e por igual preço contrataram também os capitães seguintes. Contra o abuso, praticado na fndia, se pronunciou de modo terminante o governo de Lisboa, que, aceitando por fim os 40 mil pardaus, rejeitados ao primeiro arrendatário, exigia o pagamento por inteiro. Por isso mandou em 1 608 rePor a diferença pelos capitães que dela tivessem beneficiado (1). Firme nesta disposição, recusou aprovar, seis anos depois, o assento pelo qual o vice-rei, D. Jerónimo de Azevedo;. ,cedeu a capitania a seu irmão D. João de Azevedo por 2 5 mil pardaus de pensão, e ordenou a cobrança dos 4o mil da tarifa (2). Talvez por tolher abusos seme- 1hantes, se·resolveu separar do governo da_fndia a África Oriental, passanqo à dependência imediata da metró– pole; e logo o contrato com Rui de Melo de Sampaio, .êapitão nomeado em 161 4, se ajustou em Lisboa, antes do seu. embarque (8). Entretanto, ponderado o arbítrio, ,encontràram-se inconvenientes na transferência da admi– nistração para o Reino, mormente o da distância, da fndia muito menor, pod;ndo ir de lá com mais facilidade as resoluções e socorros. Em 161 8 aba:ndonou-se a ideia. Terminara nesse ano o governo de Rui de Melo, e a (1) 23 Fevereiro 1608. Col. cit. (2) 14 Fevereiro 1614. Col. cit. ( 3 ) Comunicação ao vice-rei. 18 Março 1614. Col. cit.

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