AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
O PRIMEIRO CICLO DO OIRO 189' metrópole. Investindo com o sertão, aventureiros arro– jados estabeleceram-se em Sena, aonde vinham os cafres. trocar por contas e panos o ambiciona:do produto. Por fim penetraram até Manica, na região das minas, onde o potentado senhor das terras tinha as palhoças, morada régia, a que os primeiros exploradores chamariam os seus. paços. . A esses não foi dificultoso, com presentes e servicos > r captarem a amizade do soba: - imperador famoso das relações de viagem, designado também por Monomotapa, . _ que os galardoava concedendo-lhes o direito de extraí– rem minerais. Dádiva na· aparência magnífica. Mas uma, coisa ~ra a posse outra a exploração. As memórias de Freie João dos Santos, missionário dominicano, dão-nos a impres– são exacta do estado de alma dos aventureiros: - «Tanto que os Portugueses se viram na terra do oiro, cuidaram. que logo pudessem encher sacas dele, e tra·zer quanto, quisessem))_ (1). Não diverge o que diz Couto: - «Os nossos, tanto que se vira~ naquela terra, de que havia fama que tudo era oiro, cmda·ram que logo o achassem pelas ruas e· má'tas, que se carregassem dele» (2) -. Ilusão passa– geira, depressa desfeita, em face das militas dificuldades. e riscos. Quanto à colheita, o jesuÍta Monclaro, missio-· nário que acompanhou uma das empresas bélicas, ava,lia em de um cruzado a cruzado e meio a quantidade de: oiro diàriamente extraída por cada tra:balhador (3). Outra (1) Eitópia Oriental, p. 25. (2) Ásia, Déc. 9.ª, Cap. 24.º. (3) Relaráo da viagem que fizeram os padres da Companhia de· Jesus com Francisco Barreto na conquista do Monomo tapa no ano, de. 1 569. Ms. da Biblioteca Nacional de Paris, na colectânea de Theal.
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0