AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
' . ' -~~_. r;•; l ~:t¼ ., .. 20 ~POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO lavradores, representavam as Cortes em 1455 (1). Pelo tempo adiante, até ao reinado de D . João II, não cessam . . . . as queixas, e os requenmentos para mterv1r a coroa em favor da lavoura decadente. Nas Cortes de 1490 pedem os concelhos uma lei, pela qual os filhos de lavradores~ lavradores sejam igualmente, e não tomem outro ofício~ sob pena de açoutes e de degredo. E davam por motivo o acharem-se muitos casais e terras ao abandono, à mín– gua de cultivadores (2). Não lhes fez a vontade o Rei ,, dizendo em réplica não ser justo se tolhesse a liberdade, na escolha de profissão, à classe agrícola, digna como era não de agravo mas do maior favor. Já nesse tempo o , negro escravo em muitos lugares substituía o jornaleiro.. Em 1 4 7 3 pedem as Cortes se não permita levar para fora do reino os que vinham da Guiné, porque com eles se faziam terras novas, se rompian:i matas, se s~cavam paúis (ª). Por este modo se chegou ao que, no sé– culo XVII, Manuel Severim de Faria lastimava: ser– virem-se os mais dos· lavradores de escravos da Guiné e de mulatos ( 4 ). Os mestiços nades já provàvelmente nos. próprios lugares. É evidente que, introduzido o sistema, o pequeno • agricultor, não dispondo do cabedal preciso para comprar os negros, dificilmente havia de prosperar. ( Também desde muito a aventura ultramarina chamava para outra banda as energias. De fora vinha o trigo, o centeio, o, queijo, a manteiga; da mesma forma os ovos, as galinhas . S ' M ' · h · ' · t or•a das Cortes (1) antarem, emanas para a zstorut e e • .gerais (1828), parte 2.8·, 26. . ,· ,.•, (2) Gama Barros, 1.º, 493. . , ' • ' ·,,/ , , ~ • ... •. 1 (3) Gama Barros, 4.º, 384. \"• ' (4-) N otícias de Portugal ~1791) , 1.º, 14. 1 1 ,., " ,1
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