AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
186 :ÉPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO Guiné. O que tudo havia de .converter-se em oiro, mala– gueta , escravos. Em breve iriam os rivais abastecer-se para a, colheita de África também em Antuérpia•, e suce– deu que os negros da:'am a pr~ferência aos ingleses, por lhes fornecerem estes a fazenda mais barata. Assim comunicava o feitor dos Fuggers em Sevilha aos patrões, quando lhes dava a notÍcia de haverem passado nas -c anárias, em Fevereiro de 1 558 , quatro bem apetre- chados barcos de mercadores britânicos, com destino à Mina (1) . No domínio dos · Filipes tornou-se ao sistema de arrendamento, depois à exploração pela Fazenda Real: Ainda em 1 584 se cunharam cruzados de oiro, do metal . trazido em Fevereiro, por um galeão, de S. Jorge da Mina ; moeda porém reduzida em peso desta vez , per– dendo assim a primazia antiga, que quisera dar-lhe o criador, Afonso V (2). Em 1 6 3 7 os Holandeses esbu– lharam-nos desta propriedade, já inútil , de que afinal se descartaram também; e restam dois nomes, um na geo– grafia , Costa do Oiro, outro em numismática , o guinéu, a perpetuar a memória do sonho português. Sonho que por largos anos entreteve as imaginações, e alentou energias singulares na gente portuguesa. Nos descobrimentos a preocupação era constante, e dela nos conserva os vestígios a nomenclatura geográfica , corres– pondente ou não à realidade. Logo nas primeiras nave– gaçõese ao longo de África o rio do Oiro ; na outra costa, aquém do cabo das Correntes os M edões de oiro; mais (1) Striedler, no volume cit., p. 185. (2) 75 peças no marco por 72, que tinha sido a lei até então. Hist. Geneal., t . 4·º, P· 34º·
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