AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
O PRIMEIRO CICLO DO OIRO 179 III Na costa ocidental, a fonte, que se crera inesgotável, do metal precioso, da mesma forma estancava. Em 1 5 1 3, tudo o que veio de Arguim, oiro e escravos principal– mente, não deu para as tenças e despesas consignadas a esta renda. Os gastos do trato tinham sido consideráveis; para ocorrer a certos pagamentos, o encarregado tomou <linheiro de empréstimo, e aguardava: impaciente a che– gada de outra caravela, do ano seguinte, para solver débi– tos, e satisfazer eis portadores c;las obrigações régias ( 1). Em 1531 achava-se arrendado por dois contos e qui– nhentos mil reais o trato de Arguim, e avaliava-se em dois contos de reais a vintena do oiro da Mina, adicio– nada do frete dos escravos (2). Mal se podem destrinçar as verbas na enumeração caótica da escrita do Estado; mas certa aproximação de números, no documento acima, faculta-nos ideia aproximada do valor real do tráfico para a. coroa. Oito contos e quinhentos mil reais, era o que se orçava provir-lhe dele (3). Pois a renda de S. Tomé, de ,que a parcela maior eram os direitos do açúcar, impor– tava em 5 contos; e por I o contos se achavam as rec'ei- " (1) Cai::a ,de Gon~alo Lopes, almoxarif~ da Casa dos escrav0s e tratos da Gume. 3 Janeiro 1514. Em Arq. H,st. Port., 5 .º, p. 261. · (2) Assentamentos encomendados ao almoxarife ou recebeçlor da Casa dos escravos, Ilhas e tratos da Guiné. 29 Novembro 1531. Arq. Hist. Port., 10.º, P· 122 · (3) 2 . 00 0$000 rs., vintena do oiro e frete dos escravos; 2.500$000 rs., renda do trato de Arguim, 4.000$000 rs., contrato dos rios da Guiné, em que entram os direitos da_ il,ha de Santiago, cujos moradores igual– mente negociavam para a Gume.
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