AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
178 f.POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO fico, não se realizava a permuta das mercadorias pelo oiro e marfim; entretanto corriam as despesas. Na informa– ção que, por ordem régia., prestava o vedor da Fazenda . sobre todos os domínios da fndia, dizia de Sofala: - «Não tem S. A. na dita fortaleza rendas nem páreas algumas» . - E relacionava os gastos: na· cabeça do rol ordenado ao capitão, que juntamente governava Moçam– bique, mil cruzados por ano e mais 24 mil reais para • alimentos. Ao feitor, que acumulava o posto com o de - alcaide-mor, 1 2 o mil reais e mais 1 8 mil. Mas a este sobrariam meios de tornar os cargos mais rendosos. De Moçambique não informava de modo diferente o vetlor: - «Nesta fortaleza não há páreas, nem tem El-Rei nosso senhor cousa algu~a» -. O que podia tocar-lhe era o produto das mercadorias do barco da fndia, convertidas em oiro e marfim, quando ta_l se conseguia. O lucro, porém, levado a Goa, lá mesmo se gastava, e ao erário, n a metrópole, já então sempre exausto, não chegava parcela das tão decantadas riquezas (1). Pas– sados mais de trinta anos , a situação era igual. Um do– •cumento sem data, provàvelmente de 1 580 a 1 584, noticiava que de Sofala a Moçambique não tirava · a coroa rendimento líquido. Algum marfim resgatado apli– cava-se a pagar os gastos das duas fortalezas (2). Por esse tempo a exploração do tesouro passara a fazer-se mais ao sul , directamente pelo Zambeze. Com que resultado, adiante veremos . (1) Tombo do Estado da fodia, p. 13, em Subsídios, cit. (2) Ms. do Museu Britânico, cit . par Theal, 4.º, p. 1.
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