AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

174 ~POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO foi-lhe inc:umbido tomar conta do oiro que houvesse em Sofala, até 50 mil dobras , e tornar-se de lá ao Reino, para o trazer, montando àquela soma (1). Os acidentes do – mar impediram a ida a Sofala, e !~varam os navegantes directamente à ilha de S. Lourenço, . prosseguindo depois na derrota estabelecida até Malaca. Mas , cumprido que fosse nesta parte o programa da viagem, faltaria sempre o oiro, na quantidade exigida para o regresso. Não decorrera longo espaço de haver partido Lopes de Sequeira, quando a Lisboa chegou de volta Tristão da Cunha. Da prestação de contas, pelos herdeiros de Pero Carneiro, feitor que tinha sido. da nau capitânia Santiago, sabemos que oiro trouxe a armada: 4.000 miti– cais de Sofala, e pouco mais de 8 marcos, sem proce– dência designada, que devia ser da índia, o que tudo somaria umas 1 8 mil dobras (2). Outra carta de quitação mostra haver recebido em Sofala o primeiro feitor Manuel Fernandes , de Janeiro de 1 505 a Dezembro de 1 506, 592 miticais e meio. Na contra-partida tecidos baratos, contas de vidro e coral, manilhas de latão, e ninharias semelhantes, por que o cafre trocava o metal precioso (3). Nos dois anos de 1 5 r 3 e r 4 vieram à feitoria 2 5 .02 8 miticais e uma fracção, sinal de haver crescido· consideràvelmente o tráfico ( 4 ) , chegando assim anual– mente às 50 mil dobras, que em r 508 autorizavam \ (1) 13 de Fevereiro de 1508. Alguns documentos, cit., P· 191 : (2) Arq. H ist. Port., 5.º, p. 77. Fazendo o marco de oiro a 22.800 reais e a dobra a 120. Miticais de Sofala, 47 1/z por marco. (3) Idem, 4.º_, p. 441. Miticais do valor de 500 reais, diz o documento. (4) Quitação do feitor Pero Vaz Soares, Arq. H ist. Port., 5.~, P· 258.

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