AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
O PRIMEIRO CICLO DO OIRO 173, decer a monarquia na Europa o Oriente os consumiu. Bem se pode dizer que a jóia de ourivesaria dos Jerónimos. • foi tudo que deles se_aproveitou. Os documentos por enquanto conhecidos são raros. e, na espécie, de conteúdo vago. Para os primeiros anos, algumas cartas de quitação dos feitores, na Torre do, Tombo, e várias informações mandadas pelos funcioná-· rios à coroa, ministram notÍcias sóbrias. O que logo se verifica é o súbito desengano das esperanças formadas. En 1 505 foi Pedro da Nhaia por capitão-mor de seis: naus a Sofala, ençarregado de constnúr for taleza no porto, e assentar feitoria para o resgate do oiro. Fez-lhe 0 rtgulo cordial recepção, entregando-lhe ta·mbém mn presente, de ~ão s~bemos quan:os miticais de metal, de~-– tinado ao rei. Diogo de Alcaçova, que pouco dep01s. retirou para a índia, foi portador do regalo, passando este às mãos do vice-rei D . Francisco de Almeida. De lá,. anunciando a dádiva, mandou à metrópole um comprido, relatório sobre a terra e aparências do negócio. A soma de oiro que podiam trazer os cafres andaria pelo milhão,. talvez milhão e trezentos mil miticais, no correr do ano .. Em todo o caso, assegurava, de um milhão para, cima e· não para baixo (1). Prospecto risonho, de que log0< escurecia o esplendor. O cálculo referia-se aos tempos. normais. Na ocasião, por efeito das guerras entre os vários. sobas, não vem o oiro que saía, comunicava o infor– mador. A reserva não debilitou em Lisboa a confiança, e na: instrução a Diogo Lopes de Sequeira, quando mandado ,, com quatro naus, em 1 508, a Madagáscar e Malaca,.. (1) Carta cit. A lguns do cum entos, p. 155.
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