AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
O PRIMEIRO CICLO DO OIRO 171 mente em prémio dos serviços prestados na primeira:. expedição (1). Entre esses o de haver descoberto uma grande mina de oiro. Modo enfático de assinalar uma esperança, porque o Almirante não tivera outro conheci– mento das minas que as notícias va·o-as colhidas em Mo- , • t, çambique. Essas not1c1as levaram em 1 500 Cabral a Quíloa, supondo que o régulo dominava ~ território aurífero, sem todavia conseguir audiência do potentado, que, posto em desconfiança pelos mouros, recusou avis– tar-se com ele. Foi no regresso, e por novas informações havidas em Moçambique, que mandou Sancho de T ovar em uma caravela a reconhecer Sofala. Isto foi o próprio, descobrimento atribuído a Vasco da Gama na carta de tença, e de feito só então realizado. No ano seguinte passou este outra vez à fndia , e, fazendo escala por Quíloa, logrou finalmente atrair o régulo a bordo. Aí, com a razão convincente de uns mer– gulhos no ~ar, que mandou lhe aplicassem, persuadiu o, mouro esquivo a declarar-se tributário de El-Rei de Por– tugal pela soma de 2.000 miticais de oiro, 2.320 cru– zados cada ano (2) , cerca de 2 7 marcos . O serviço foi. qualificado - «de mui grande louvor e estima, e digno de muita honra e mercê» - na segunda carta de tença, de 400 mil reais de renda, com que por ele , e pelos demais prestados na índia, foi agraciado o Almirante em " I 504 (8). (1) A carta de tença, de I o de Janeiro de 15 00, foi renovada em igual data de 1502, porque no p1imitivo diplom; se não mencionavam. com precisão as rendas, em que assentava o pagamento. (Costa Gomes, Colecção de leis da dívida pública portr~guesa, p. 121 e 126). (2) N a prop~rção de 580 cn1zados para 500 miticais; conforme Banos, Déc. 1 .'", L1v. 6. 0 , Cap. 3.º. (3 ) Costa Gomes, p. 1 30.
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