AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
u r.t A MONARQUIA AGRARIA 17 e a Estêvão Eanes, meu Almoxarife, e a Estêvão Rai– mundo, meu Escrivão de Valença», - ·participando-lhes o intento de criar uma povoação a pa·r do castelo de Cer– veira; incumbe-lhes buscarem homens dispostos a esta– belecerem-se lá; e assenta em conceder para o efeito vinte casais, que possui no local, e uma igreja. Os novos povoa– dores hão-de ser cem, ficando obrigados ao foro de 2 oo libras por ano, e mais em dinheiro o equivalente ao que os casais rendiam (1). Deste modo se devem entender as fundações urbanas dos monarcas, cujo fim • principal era converter em prestações de qumerário os foros e rendas pagos em géneros. Esse é o intuito dos forais, outorgados quer pela coroa, quer pelos demais proprietários do solo, que lhe seguiram o exemplo. Da antiga •vila rústica, fragmentada, saíam conce– lhos, que conservavam a antiga designação: Vila Chã, vaa Fria, Vila ·do Conde, quantas outras! Excepto na faixa marítima, onde a pesca e cedo a navegação ocupa– ram as gentes, Portugal era um país de lavradores. O comércio externo constava de produtos da terra: azeite, cera, cortiça, mel, vinho, e as peles, de que o gado e a copiosa founa silvestre facultavam o material. Com inter– mitências, o que dependia dos anos de fartura ou escassez,. a cevada e o trigo. Da importância que teria na vida nacional a agn- (1) Documento na Dissert. Cronol., 3.º, parte 2.1<, 126. 2
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