AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

146 J::POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO das receitas e despes~s do Estado, e, cortesão atilado, dando-lhe o aspecto ri~onho que convinha, faz em um lugar a conta de sete naus, para a viagem da índia, em 1 607, devendo trazer 2 5 mil quintais de pimenta; em ' outro lugar de cinco naus, com-a carga de 20 mil. De facto o normal das frotas era de cinco embarcações g~ossas, aumentando o número quando havia expedição militar. Contudo os carregamentos não atingiam desde muito a quantidade calculada, que era a dos tempos da flores– cência do tráfico. Já vimos atrás que, no regime dos con– tratos, nunca os 3 o mil quintais da obrigação foram preenchidos. De 1 587 a I 598, em onze viagens, por– .que em 1 59 1 não chegaram navios da índia, a média anual ficou abaixo de 14 mil quintais, posto no tempo de Rovellasco dois carregamentos fossem maiores de 2 o mil quintais, e ainda um de seis naus se elevasse a 26.7 50. Em 161 7 a carga de quatro naus não chegou a 10.500 quintais·. .E não se atribua a queda somente às culpas do domínio estrangeiro. Os Filipes receberam uma herança avariada, e nem eles sabiam nem poderia•m tolher ·a regular sucessão de causas e efeitos preparada tantos anos anteriormente. VII 1 r Por tudo istó, a importância da Casa da índia, que ~ 1 ( (I, era em seu princípio uma Bolsa magnífica, foi pouc~ a 'i pouco declinando. Dentro do recinto oficiava um pessoal numeroso e liberalmente retribuído. Nos vencin1~ntos dos principais funcionários, feitores, tesoureiros, escrivães

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