AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

I 16 EPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO de fogos, os vigos ou vilares e as aldeias, ressuscitava em agíoinerado urbano. Dos agrupamentos à roda da pequena igreja, do mosteiro ou do castelo, tinham brotado os concelhos. _Tão insignificantes alguns, e ta:l em certos sítios a escassez de gente, que houve foral concedido a um grupo de só dez famílias - assim o de Soverosa em 1196 -; de quatro, de três, e até de uma só: os de Antela, Souto e Fonsim, este último em 1255 (1). Favoráveis as condições locais à agricultura, o núcleo engrossava com adventÍcios: gente de passagem, refugiá– dos, obreiros de ofícios, mercadores, visitantes acidentais que acabavam por fixar-se. Outros, pelo contrár10; não possuíam condições de yitalidade, e tiveram de ser ane– xados a algum mais próspero. Sucedia às vezes ser a sede do concelho lugar deserto ou quase, derramando-se a · popula~ão pelas aldeias e freguesias rura:is. Em I 572, no censo a que mandou proceder D. João III, verificou-se haver, por exemplo, em Trás-os-Montes, no co.t;1celho de T eixeira, dois moradores .no lugar, e quarenta e seis outros, em suas residências rústicas. No de Penaguião, com cinco freguesias, na sede ninguém morava,. Erguia-se no ermo a casa das audiências, e em frente 9 lugar da forca, com o rude pelourinho, emblema da autonomia local ( 2 ). ~ A criação de Vila Nova de Cerveira, em 121 7, por D. Dinis, assaz nos elucida sobre o· modo por que se fuiidavam as vilas. O monarca dirige-se em carta a_os $eus encarregados fiscais na comarca - «A vós João So~r;s, meu Sacador além Douro, e a Gil Martins meu Escnvao, (1) Gama Barros, 2. 0 , 92. , (2) A rquivo Histórico Portuguh, 7.º, 248, 249. I

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