AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

144 bPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO o governo de Lisboa ele estar pagando por 1 esça causa juros de r o por cento na índia. O cofre de S. Francisco achava~se desfalcado em mais de roo mil pardaus, e o Arcebispo de Goa, governador interino, vira-se forçado a tomar dinheiro por .empréstimo para comprar a pimenta do ano anterior. Também, para armar as naus , se entregava cada ano o serviço a contratadores, que as davan:i prontas do esta– leiro e apercebimentos; e para solver as prestações se recorria aos empréstimos. Assim foi nos contratos de ;z 604 a r 609 com Jorge Rodrigues Solis, que sucedera a Rovellasco no arrendamento das alfândegas, e era um dos grandes banqueiros do Estado (1). Por esta forma se puderam ir mandando, na vigência do contrato, as cinco naus pelas quais se fajzia normalmente o tráfico; mais duas que as do costume em r 605, e algumas embarca– ções menores. Duas naus de suplemento, que ordinà..: riamente iam, não se verifica se as aparelhavam os con- tratadores ou directamente o Estado. · Em 16 r o aqueles, é de crer que escarmentados, não renovaram o compromisso. A muito custo a administraj ção conseguiu aparelhar três naus, pobreza de que se las.., rima o soberano em carta a Rui Lourenço de Távora, vice-rei; mas as ·circunstªncias da Real Fazenda não per– mltlam os gastos (2). Assim, em declínio 1mnterrupto (1) Padrões de juros vendidos para esse fim: 24 contos em 14 de Julho de 1604; 32 contos, 26 de Janeiro de 16o6; 80 contos, 28 de Janeiro de 1606; provàvelmente outros. Cal. de leis da dívida pública part., p. 183, 187, 189. (2) 24 de Fevereiro de _1610: ccBem quisera mandar-vos este ano mais naus, mais gente, dinheiro e munições dos que ordinàriamente' costumam ir, etc.» Livros das Monções, 1. 0 , 365.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0