AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
A 1NDIA E O CICLO DA PIMENTA 141 este luc.ro as perdas que dava a pimenta. Fosse o que fosse, de I 596 em diante acabam as arrematações. J9ão Francisco Rovellasco, de quem se dizia ter ganho 400 ou 500 mil cruzados no arrendamento das alfªndegas~ achava-se falido, como Rott, ~eu antigo sócio (1). Em -I 598 o contrato das alfândegas pass~u a outrem. O da Mina, tomado nesse ano, teve de abandoná-lo. Confis– caram-lhe os bens, provàvelmente por não ter podido res– gatar os padrões de juros do contrato da pimenta, e a luxuosa vivenda que tinha em Alcântara·, depois quinta. e palácio real , passava à posse da coroa (2). Nisto veio. a dar o negócio portentoso que tantos invejariam. Na realidade toda a vantagem era da outra parte~ Tornada a pimenta aos contratadores a I 2 cruzados e _ mais 4 pelo frete, ficava, com a quebra e despesas, não havendo naufrágio de alguma nau, em que a perda se dividia pela restante carga, por cerca de 24 cruzados; O preço de venda variava de 35 a 4 5 cruzados; às vezes. montava a mais; a: 57, por exemplo, em I 594; em ~ 589 vendeu-se a ' 80 cruzados um lote de qualidade. excepcional. Terminado o contrato com as naus que partiram em Abril de I 596, para o\ ano seguinte não houve quem quisesse tentar a especulação. .t, evidente não ter o negó- , ' · (1) Discurso sobre el comercio de las lndias, por Duarte Gomes; Solis ( 1622), P· 187 v. ' • (2) «Por más contas em que o encravaram os piratas que se acobertavam com o esparavel da ilha de Santa Helena, para roubarem. a pimenta que os contratadores deviam a El-Rei de Portugal». Noi:a de Gomes de Brito ao escrito da Majestade e grandezàs de Lisboa, de– João Brandão, a pág. 55 do Arq. Hist. Port., t. 11.º , i.ncompleto. O abttor da nota não diz onde colheu a informação, que, todavia, não, parece carecer de fundamento.
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