AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

138 :ÉPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO os resgates e dificuldades financiais que da mesma deri– varam. A Conrado Rott, em situação de falência, sucedeu como vimos João Baptista Rovellasco, que teve além deste o contrato da Mina e o das alfândegas do Reino. Não foi, portanto, Filipe II, como se pode inferir de uma infor– mação de Manuel Severim de Faria (1), o primeiro mo– narca: que fez arrendar o contrato da pimenta. O sistema . aplicou-se até 1596, em três prazos de arrematação sucessivos: o primeiro em 15 8 5, e era o prosseguimento do contrato interrompido de Conrado Rott; os dois ou– tros, respectivamente, em . 1591 e 1596. Os navios iam armados por conta da coroa, e parece que nesta primeira fase o cabedal para o meneio na fndia era do próprio arrematante. Consistia aquele no total' em 2 2 o mil cruzados, de que, segundo o depoimento de um colaborador de Rovellasco, a este pertenciam dezassete partes de vinte e quatro em que o fundo se dividia. A informação é de Filipe Sassetti, ilustrado florentino,' gerente dos negócios de Rovellasco ·na fndia; de profissão comerciante, mas nas horas vagas humanista, geógrafo e um pouco astrónomo, tendo-nos deixado, em uma copiosa correspondência com seus amigos de Itália, talvez as mais curiosas notÍcias da época, _no tocante às viagens, comér– cio e costumes da fndia. As sete partes pertenceriam aos W elsers e outros alemães, posto que anterior.megte eles em conjunto com Rott, que dava o nome, possuíssem a metade do negócio (2). No segundo prazo, de 1 586 a 1 59 I, o arrendatário foi ainda Rovellasco, associado (1) Notícias de Portugal, 2.º, 184, edição de 1791. ( 2 ) Cf. Haebler, Geschichte der Fsigger'schem Handlung, p. 228.,

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