AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
136 J::POCAS DE PORTUGAL ECONóMlco desculpa; mas a alguns serviriam de lição, e com ela não melhorou decerto o crédito do Estado. Não só para os credores por empréstimos e operações de·comércio se tornavam as cargas da índia penhor ilusivo. Outros, com promessas da coroa, de origem diferente, igualmente eram lesados. A pimenta para- tudo servia, como recurso do erário, e ' também por ela se cumpriam as mercês do soberano aos seus favorecidos; já em pro– visões sobre o produto da venda quando realizado, já em entrega da: própria: especiaria, como para as dívidas. ,Deste meio usou Filipe II para remunerar a ·adesão de D. Fer– nando de Castro, Conde de Basto, um de seus primeiros e fervorosos partidários, a quem agraciou com 50 mil cruzados. A soma devia ser-lhe entregue em prestações pelo rendimento das naus à chegada, de I 582 a I 584; mas, como de costume, o dinheiro foi desviado para maiores necessidades, e em I 58 8 restavam por pagar 2 7 mil cruzados, de que se lhe deram I 2 mil em padrões de juros, e os 1 5 mil em pimenta da que viesse nesse ano, avaliada ao preço por que fosse vendida a do rei (1): Garantia incerta, porque a podiam inutilizar, à última hora, exigências da ocasião. VI A base do comércio português na índia consistia na moeda , os reais de prata, com que se comprava a pimenta (1) Alvará, 30 de Abril de 1588. Em Cal. de leis da dívida pública, cit., p. 171.
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