AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

A 1ND1A E O CICLO DA PIMENTA 133 massa de noz muscada, em que subia a 50. Para facilitar os pagamentos, nas somas maiõres de 500 cruzados con– cedia-se prazo às partes , dando estas fiador. Podiam os particulares igualmente mandar quaisquer mercadorias para vender na fndia, sem a intervenção dos oficiais da ,coroa·, excepto prata e cobre, de que o comércio erà reser– vado ao soberano (1). A venda da especiaria em Lisboa continuava privi– légio da Casa da índia, onde nem sempre os donos recebiam . com pontualidade o produto da operação. Parece que era a praxe solver uma parte a contado, e o restante em prestações mensais . Às vezes todavia com demora, e outras nem assim. Quando as necessidades do erário se tornavam urgentíssimas, fazia-se o embolso em padrões de juros. Por este modo, em I 578, se paga– ram a D. Francisco de Sousa, fidalgo que viera da índia,. r o mil e tantos cruzados, de pimenta vendida por sua conta dois anos atrás. Nesse tempo todo o dinheiro era pouco para a émpresa de África etn preparação. Outro. fidalgo, D. Francisco de Mascarenhas, também· tornado· da· índia, de igual forma foi pago da pimenta que trou– xera. Manuel Duarte, armador de navios e contratador, só em r 582 e e~ padrões de juros pôde cobrar r 2 mil cruzados de pimenta chegada em I 578 e 79. Neste último ano, dos carregadores que tinham parte em 92 mil quintai~ vendidos aos contratadores alemães - provàve,l– mente os que representava Conrado Rott, de Augusta, que teve em Portugal grandes negócios e acabou por falir - nenhum foi pago em dinheiro. Desta feita um dos motivos alegados era o resgate dos pns10neiros de (1) Regimento de 1. 0 de Março de 1570.

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