AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

A fNDIA E O CICLO DA PIMENTA 131 .antigos como dos actuais, a que em consciência se acha– vam obrigados, - «porquanto (magnânimamente dizia o rei D. Sebastião, menor e em tutela) lhés faço deles livremente mercê» (1). A cláusula de se pagarem os novos interesses em qual– quer lugar do reino, da preferência dos interessados, mas nunca fora dele, afectava muito os estrangeiros, sujeitos .depois disso às contingências da cobrança em Lisboa. Assim as obrigações · do rei de Portugal deixaram de aparecer nas feiras de Flandres e Castela, onde tinham .sido elemento considerável das transacções. Parece que ,os credores de maiores somas eram genoveses. Depois ,deles os alemães, contratadores da pimenta. Em I 5 75, :as duas firmas Fugger e Hauch reclamavam o pagamento de quantia superior a 1 5 milhões de reais. A dívida ~l portugueses, por depósitos - talvez bens de defuntos e :ausentes tomados na fndia para entregar no reino - im– portava em um milhão de cruzados, de que se fez igual– mente a consolidação (2). V Entretanto ia mostrando a experiência o erro ·grave \ f de se haver constituído g sa de ne_gócio o erário régi2::.--\j– De"êãíêl'ã'""de seu prestÍgio, pel; insolvência,· a feitoria de Antuérpia, nem auxiliava a melhor colocação dos· pro-– ,dutos, nem granjeava crédito maior para o Estado. Os fei- (1) Cal. de leis da dívida. pública port., p. 149. (2) Ehrenberg, Z eitalter der Fugger, 2 . 0 ; 169.

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