AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
A fNDIA E O CICLO DA PIMENTA 127 bons meios que puder ser, se procure juntar o dinheiro que para o pagamento das ditas dívidas é necessário» -. Tudo isso, porém, não bastava , pelo que se pedia aos vassalos o que cada um, sem muita opressão, pu4esse emprestar. Não se podia confessar com mais franqueza a penúria em que se encontrava o erário. A distribuição fez-se a juízo dos funcionários do fisco , e não por oferta dos contribuintes , o que deu ocasião a protestos. A câ– mara do Porto manifestou-se, rogando ao soberano hou– vesse por bem ter alguma moderação nos empréstimos, formais palavras (1). Outras corporações, e individual– mente alguns dos atingidos que gozassem d~ crédito da: corte, por seu turno protestariam. Dos mesmos que não arriscavam queixas seria a cobrança dificultosa . Quanto à aplicação das somas recolhidas, a permanência das dívidas muitos anos depois conduz à suspeita de que, pelo men~s em parte, não seria aquela que determinou . . ,, a 1mpos1çao. Antes de resolvido o recurso ao empréstimo, neste mesmo ano d r 544, reunidas as Cortes em Almeirim, para ser jurado herdeiro da: coroa o Príncipe D. João, foi nelas apresentado o pedido de 2 oo mil cruzados aos povos, para- as urgências do Estado. Em justificação ofereceu o soberano um balanço sumário da sua: gestão financei ;a em vinte anos de reinado: r: r 50.000 cruza– dos tinha custado a fndia em gastos extraordinários, en– trando os 3 5o mil por que s~ compraram ~s M olucas a Carlos V; 560 mil África' do Norte, Brasil e a Mina. Para Espanha tinham levado os consórcios dinásticos (1) Carta régia de 11 de Fevereiro de 1543, em resposta. Col. das leis da dívida pública portuguesa, p. 373.
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