AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

126 BPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO .da Fazenda, que Frei Luís de Sousa não teve tempo de .aproveitar mas nos conservou (1). A emergência era das que demandam remédio _pronto. Os credores insistiam pelo reembolso; recurso's imediatos não havia; e o que chegava· da índia decrescia em quantidade, ao mesmo passo que, consoante a lin– _guagem da época, diminuía a, saca. Em pedir às Cortes .subsídios qu_e chegassem para extinguir tamanho débito não se podia pensar. A muito custo os povos tinham concedido r 50 mil cruzados nas de Torres Novas, em I 52 5; e nas de f'.vora, em I 5 33' somente I 00 mil. O alvitre que pareceu mais seguro foi decretar um em– préstimo forçado, de que não conhecemos o total, nem o efeito no resgate do passivo. O processo adoptado consistiu em enviar cartas aos ,que deviam ser contribuintes, expondo-lhes a vontade régia, e os motivos que forçavam ao pedido. Frei Luís ,de Sousa alude a uma dessas cartas, escrita de f'.vora, ·em Setembro de r 544. Conhecemos o teor de semelhan– , tes documentos pelo de outra·, que nos conservou um -escritor do séçulo seguinte, dado a assuntos económicos; dírigida a certo homem rico do Porto, Diogo Leite, que ,exercia a função de alcaide da Moeda (2). - «As mi.,. nhas dívidas em Flandres vão em tanto crescimento . .como tereis sabido» -, dizia o monarca: aflito. - «Te- nho determinado que por vendas que se façam de algu– _mas coisas da minha fazenda , e por todos os outros (1) «O que parece que se deve em Flandres por orçamento até fim do ano de 154y >. A nais, p. 408. (2) Duarte Gomes Solis, Discursos sobre el comercio de las Indias, 1622, p. 198.

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