AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
• A !NDIA E O CICLO DA PIMENTA 125- Entretanto a empresa de comércio e domínio que, na opinião de Albuquerque, havia de fazer do rei de. Portugal o soberano mais rico da cristandade, longe de corresponder à expectativ·a: continuava a não dar para os gastos. Cada vez que se tornava ~ecessário um arma– mento para a defesa do extenso império, recorria-se aos empréstimos. Esgotados os créditos dos -contratadores,. que por conta da pimenta adiantavam fundos no estran– geiro, vendiam-se no reino padrões de juros. - «Por serem as despesas muito em serviço de Deus e da nação~ e por evitar a opressão dos vassalos com tributos. novos» - , nestes termos se justificava a operação. Assim foi em I 5 33 e I 5 37, quando de ambas a·s vezes houve notÍcia dos preparativos a que procedia o Turco ,. para r{os expulsar do Oriente. Também a defesa das. praças de Africa ocasionava os empréstimos. Descoberto este cómodo meio de satisfazer as urgências do Estado, naturalm~nte havia de se empregar muitas vezes, e assim se fez. Em Flan~res, onde era o principal centro da·s opera:... ções financeiras e das tocantes à especiaria, a situação ia-se tornando gradualmente de mais apuro. Nos dois, ano~, de Junho de r 540 a, igual mês de 42, montavam os compromissos da coroa ao dobro do que recebera por venda de géneros: mais de 1 :800.000 cruzados contra 900.000 recebidos dos contratadores. E entravam na primeira verba cerca de 370.000 cruz~dos de juros, por acumulação e corretagens em cinco feiras. Neste ano de 1 503 elevavam-se as obrigações a 2 ; 1 69.000 cruzados, os juros acrescidos· a 300.000, e tinha baixado de 450- para 400 ~il o produto da especiaria. Isto consta de um apanhamento feito para o Conde da Castanheira, vedar
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