AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
A fNDIA E O CICLO DA PIMENTA 111 caixas que se abriam ; de cima, olhando o porto, assistia ao surgir e largar das frotas, -vigiava os carregamentos, presenciava os desembar,ques. Também em Veneza o palácio ducal, de que herda·ra os cuidados ; ficava à beira do porto. Já vimos como, por ordem de D. Manuel, da mesma sorte que no Oriente o feitor .da coroa executava as com– pras e vendas ele ~ó , por conta _dos particulares interes– sados, assim em Lisboa o vedar da Casa da fndia nego– ciava a especiaria por todos, Estado, mercadores e donos de quintaladas. Era_ o meio de impedir que pela compe– tência na oferta baixassem os preços. Os mesmos lotes importados pelos e~trangeiros_, para o fim de os reembar– carem, ficavam retidos; e f01 essa a causa pela qual, os alemãe~, parceiros na expedição de D. Francisco de Almeida, não repetiram a aventura. A prática mais seguida consistiu em pagar a coroa aos importadores o préço que fixava, e dispor ?ª totalidade quando e como lhe conv'nha. Parece ter sido o que se fez, em r 5o8, com os alemães e genoveses da parceria na viagem citada, dando-lhes 6111 liquidação do preço açúcar da ilha da Madeira. Outras vezes vendiam-se em comum, e me– diante rateio, os lotes diversos , conjuntamente ao da cor~a. Assim foi com a pimenta adquirida pela casa de fugger, em r 5 1 2 , de q~e dezass~te vigésimas perten– ciam à Fazenda Real e tres a negociantes . Compradores eram as grandes firmas alem.ãs, com feitoria em Antuérpia: Fugger, W elser, Hochstetter e outros; ou italianos , como Affaitati , semelhantemente •.estabelecidos em Antuérpia e Lisboa; talvez também Frescobaldi e Gualterotti , importantes casas, que de Flandres directamente negociavam com o Estado por-
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