AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
108 fPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO .quinto do despejo na-s presas, em terra e no mar, fre– ,quentes no começo da .aventura. Da pouca especiaria ,que pôde trazer Vasco da Gama na: primeira viagem, vendida a pimenta a- 80 cruzados, calcularam-se os lucros em sessenta vezes o cabedal investido na empresa. Na viagem de Cabral o resultado cobriu duas vezes o custo da expedição, compreendida a perda de quatro navios (1). Um dos alemães que participaram na armada de D. Fran– -cisco de Almeida, apurando as contas, reconheceu que, . ·.apesar dos contratempos e demora na liquidação pela Casa da fndia, realizara I 75 por cento da quantia apli– .cada (2). Afonso de Albuquerque computava em um ,milhão de cruzados o produto da especiaria cada ano, para a coroa, livre de custo e todas as mais · despesas, incluindo as perdas ma-rítimas ( 3 ). Em I 508, na volta de Tristão da Cunha, todas as embarcações trouxeram seu carregamento completo, .constando de especiarias e drogas, e, referem os documen... tos do Estado, outras mercadorias reais, em que entra– vam aljofres e pedras finas; e outro tanto puderam trazer :se houvesse navios. Só em três naus primeiro chegadas vinham 2 3 mil quintais de pimenta (4). O despojo das presas e saque das povoações fra enorme. Folgava: o rei que encomendou uma solene procissão ao arcebispo de Braga, em acção de graças; folgava o capitão-mor; folgavam as tripulações e negociantes interessados. Des- • (1) Barros, Dec. 1.'", Liv. 6. 0 , cap. r.º; Gaspar Correia, Lendas d4 í ndia, r. 0 , 230. (2 ) Hümmerich, p. 142 . (3 ) Cartas, r.º, 41. De 1 de Abril de 151 2 . (1) Carta de D . Manuel ao Arcebispo de Braga, 19 de Junho de 150 8 . • I li
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0