AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
A 1NDIA E O CICLO DA PIMENTA 107 as tripulações , não sendo interes.sadas no carregamento~ se defenderiam mal em ocasião de combate com inimigos: ou piratas . O capitão-mor da armada desse an~, D. Luís. de Almeida , que comprara o posto ao conde da Torre por cinco mil cruzados, declarou ao Conselho renunciar ao comando se lhe não dessem, e aos seus subordinados; as usuais va~tagens (1). Parece todavia que, desprezando, os protestos, o soberano per_sistiu na: resolução anunciada. Era O sinal definitivo da renúncia àquela ilusão sump– tuosa, em que desde o descobrimento se entretivera a alma portuguesa. III Nos primeiros tempos , os lucros verificados , e o, prosp cto de maiores ainda, deslumbravam o rei, os feli– zes favorecidos e a nação em geral. Onde se encontraria no mundo riqueza que sobrepujasse a pimenta? Com– prada a p0uco mais de 2 cruzados o quintal em Cochim, seu preço normal eram 3 o cruzados na Casa da índia ,em Lisboa (2) • A isto acrescia para a Fazenda Real o, ganho em mercadorias vendidas , que iam da Europa , e a parte dos embarques, de particulares , . umas vezes o quarto outras a metade , como já vimos; além disso o, (1) Consulta de 2 de M arço de 1647. Bibl. Nac., secção ultrama- rina, Livro 2.º de ce>nsultas mistas. - • (2) «À razão de I ,042 reais o quintal, como lá vale na dita feitoria».. (Alvará para Lourenço Moreno que vai por feitor a Cochim. ~ de– Fevereiro 1510. Cm·tas de A fonso. de A lbuquerque, 6. 0 , 379). «O qu~taf da pimenta se desconta~a às P:ssoas que os carregavam para ~ remo, à razão de 1,01 5 1/z reais o qumtal». (Livro dos pesos da l ndta, por António Nunes, p. 34. Publicação da Academia das Ciências).
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